Naturalmente que no verão os incêndios são um drama
para as populações, um negócio para diversas áreas de uma «economia sombria» e
um 'frete' para os políticos... já que a concretização de politicas de
ordenamento, desenvolvimento e protecção do território é uma absoluta miragem
dos últimos 40 anos...
Acontece que nas próximas 3 estações 'ninguém' irá
falar deste «dinheiro queimado».
Não sendo um especialista neste domínio, penso,
analiso e dou uns ‘bitaites’. Aqui vão:
- é sabido que o êxodo rural fez com que as matas e florestas
ficassem abandonadas;
- o desenvolvimento da floresta, não só como ‘património
nacional’ mas também como valor económico não foi tido em consideração pelos
pequenos proprietários, nem pelo Estado;
- mata/floresta queimada sempre esteve associada a
interesse da economia «transformadora de madeira», bem como de grandes
(influentes) complexos urbanísticos;
- a tão apregoada reflorestação, mais não foi do que
plantar eucaliptos para produção de papel… desenfreadamente;
- voluntários, estudantes, funcionários das
autarquias, agentes de segurança, militares entre outros, a vigilar as
matas/florestas… é coisa de meninos…
- disponibilizar meios da força aérea para combater incêndios,
não pode ser porque podemos, de repente ser atacados por algum… inimigo!
Não obstante todos estes pressupostos, o que mais me impressiona
é o ‘provincianismo bacoco’ da comunicação social… a fazerem verdadeiros Reality
show em direto… quem tem a imagem com a labareda maior? ou o jornalista mais
perto do fogo, ou o cidadão que mais perdeu? Bom bom para o espetáculo era um
jornalista queimado…
Mas o que já não se vê, é aquela comunicação social
acutilante, incisiva e exigente com a governação.
Aquela que em ano de muito menos incêndios, afirmava
aos sete ventos e a fortes plumões: com este governos estamos a ‘Ferro’ e ‘
Fogo’!
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