Muito se tem falado nos últimos meses sobre a Caixa Geral de
Depósitos.
Apesar do meu défice de conhecimentos financeiros, sempre pensei
que o ‘dinheiro’ do Estado estivesse na Caixa Geral de Depósitos e como tal não
percebia o que seria a ‘recapitalização da Caixa’…
Um destes dias alguém me
disse que o Estado Português tem dinheiro noutras entidades financeiras, em Portugal
e no estrangeiro, e como tal irá transferir parte desses ativos para a CGD,
tendo havido autorização prévia da Comissão Europeia, nomeadamente relativa às questões
de ‘concorrência’.
Colocando de parte as questões financeiras, questiono
simplesmente “O silêncio dos Inocentes” (expressão que corresponde aqui ao
partido dos Camaradas) ou a “tragédia de Antígona” (figura da mitologia grega, expressão
que aqui corresponde à atriz de teatro, coordenadora do movimento político
de cidadãs e cidadãos), designadamente os arautos da geringonça.
Sugiro que por momentos façamos a seguinte reflexão.
1) Estamos com um Governo de Centro Direita, de um
partido que não ganhou as eleições mas que tem maioria parlamentar;
A esquerda aceitaria em silêncio
(dos inocentes…)!
2) Passaram mais de 7 meses desde a tomada de posse
e mais de 3 meses do legítimo pedido de saída dos elementos da Administração
da CGD; (novo governo, nova administração);
A esquerda aguentava… (se os
sem-abrigo aguentam…)!
3) O Ministro da Finanças pede a esses
administradores que se mantenham em funções (gestão corrente) até à nomeação e
tomada de posse da nova equipa, uma vez que tem tido muito trabalho;
A esquerda entendia como razoável
todo este tempo de espera… (também se espera nos serviços de urgência… e ninguém morre por isso)!
4) Eram nomeados como Administradores Executivos da
CDG, entenda-se do Banco Público, gestores não públicos, grande parte deles com
origem na ‘Banca Privada’, e com vencimentos, pagos pelos contribuintes, várias
vezes superiores ao do Primeiro-ministro;
A esquerda aceitava… (o cargo de
primeiro ministro é que está mal remunerado…)!
5) O governo criava uma legislação específica que
dispensa que esses gestores não públicos apresentem ao tribunal constitucional as
declarações de rendimento e de património;
A esquerda concorda… (têm direito
à sua privacidade…imaginem que algum deles vive em união de facto com outro
cidadão do mesmo género… não podem ser alvo de discriminação)!
No final desta história toda, vamos ver que foi uma
verdadeira “Tragédia de Antígona”, onde esta figura mítica acaba por assistir à
morte dos dois irmãos quando, imagine-se, lutavam um contra o outro para
alcançar o trono…
Agora Acordem! “Inocentes” e “Antígona” suportam o Governo
da Republica. Até quando? não sei, mas ouvi dizer que o Ministro das Finanças vai sair do governo…!