Durante mais de seis meses e a
cerca de 5 mil km de distância fui (fomos) assistindo ao processo de eleição do
próximo presidente dos EUA, cujo resultado estamos à beira de conhecer.
Dizem que os EUA são o país da
liberdade e onde melhor se exerce a democracia. Porque será?
a) Desde
1853 que só existem presidentes com origem num partido. Num de dois possíveis… Republicano
(18) ou democrata (13);
b) São
os ‘Estados Unidos’ mas há estados em que ainda existe Pena de Morte;
c) O
candidato que obtiver mais votos pode não ser o vencedor;
d) Nesta
eleição em particular ficamos a saber muito pouco (ou quase nada) sobre a perspetiva
que cada candidato tem sobre questões essenciais para a humanidade como sejam ambiente,
segurança, economia…
Dir-se-á que a democracia é o
menos mau de todos os sistemas de organização social e de representação
politica dos interesses comuns. Mas, como em tudo, tem limitações.
A esta hora estamos perante
incerteza de resultado, sendo que por um lado poderemos dizer: “damos-lhe o benefício da dúvida, e votamos Trump”
e por outro dizer: “impossível ter aquele
como presidente, e votamos Clinton”. Trump está e estará no centro das
atenções e seguramente no centro da decisão de muitos votos. Nele ou contra
ele. E isso, quer se queira quer não fará dele um vencedor de popularidade.
Clinton arrisca-se a ganhar
depois de ter apanhado um susto durante as últimas semanas de campanha. Trump
arrisca-se a ganhar, ficando eu com a ideia que ele seria(á) o “Boris Johnson” Americano
(aquele que defendeu o Brexit e depois deixou o partido conservador, que propôs
o referendo).
Não deixa também de ser curioso
que depois do lendário, carismático e assassinado John F. Kennedy, do
demissionário Nixon, do ator Regan, do Pai e Filho Bush e do Afroamericano
Obama, venhamos agora a ter não o filho/descendente mas a esposa/’ascendente’
de um ex-presidente. Bill Clinton, Aquele presidente que melhor negociou o
conflito Israel/Palestina mas que ficará na história pela frase: ”I did not have sexual relations with that
woman”
É também curioso apreciarmos
algumas sondagens que referem que se fossem os europeus a votar, votaríamos de
forma esmagadora em Clinton… já por cá, e em vários processos eleitorais,
estamos ‘fartos’ de eleger Trumpestades… mas estas, aos olhos dos
abstencionistas convictos, parece que só provocam Trumnados lá para os lados
das Américas.
A falta de memória coletiva de
como é viver num outro regime (comunista, fascista, monárquico, ‘faraónico’…),
faz com que nos abstenhamos de participar nos processo democráticos, incluindo votações/eleições,
permitindo naturalmente que apareçam figuras com tanto de superficialidade como
de populismo, e como tal com elevada probabilidade de vencer… vamos ver!
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